sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mamonas Assassinas

Pra mim é muito difícil começar este post(meus olhos ficam completamente cheios d'água). Fiz parte da geração Mamona! Sim, há quinze anos atrás. Eu era uma criança, no auge dos meus nove/dez anos de idade, mas, "madura" suficiente pra saber que Xuxa já não me enxia mais os ouvidos e o rock, começava a ecoar. Sim, isso era rock, rock cômico como dizem alguns por aí,  e os rifs da guitarra de Bento Hinoto não enganavam ninguém, mesmo que na faixa 14 (Lá vem o Alemão) do único cd, mostrem um simples pagodinho.
Dinho, Bento, Samuel, Sergio e Julio eram os motivos de alegrar meus domingos ou qualquer festa de aniversário. Eu cantava cada faixa a plenos pulmões e ria com cada palhaça destes integrantes. 
Porém, no dia 02 de março de 1996, essa alegria saiu de mim logo pela manhã... Após acordar e ligar a tevê para ver desenho, a programação foi interrompida para dar a notícia, a trágica notícia que o avião dos MEUS Mamonas Assassinas havia caído e que não havia sobreviventes... Fiquei cinco minutos em choque, agarrada a almofada, deixando mil lágrimas saírem do rosto, até que alguém apareceu na sala e me abraçou (Acredito ter sido minha madrinha, uma vez que isso aconteceu no sábado e meus finais de semana eram passados na casa de meu pai). Sinceramente eu não me lembro quem, mas talvez foi a primeira vez em que soube o que era ter um colo de verdade na hora em que eu precisei de conforto. Aquela dor, nunca sentida antes, doía mais do que qualquer queda de patins ou bicicleta, qualquer joelho  ralado ou braço quebrado. Eu já sabia o que significava morrer, mas nunca mesmo havia sentido, ainda mais naquela idade... Pensei primeiramente que poderia ser mentira, que eles poderiam ter sobrevivido, mas ao ver a Serra da Cantareira e um ponto branco ha uma altura inimaginável, eu apenas chorei mais, depois do colo, me agarrei ao meu álbum de figurinhas, onde, por ironia do destino, faltava a figura onde todos estavam na frente de um avião, para que o álbum ficasse completo e da sacada, eu conversava com a Mayana (que morava abaixo) e chorávamos juntas, cantávamos e foi assim durante quase duas semanas. (Me levaram no psicologo, creiam) Até eu conseguir superar e aprender a lidar com a morte de uma outra maneira! (mas será que eu aprendi mesmo? rs)
Depois de quinze anos, mesmo não sendo "nada" a não ser uma grande apreciadora da música, posso afirmar que não existiu nada mais divertido do que meus queridos Mamonas Assassinas! Nada, nunca, ninguém vai ocupar o lugar que pra mim, é eternamente deles.... Me fazem tanta falta! Principalmente quando olho para o lado e vejo uma geração colorida ao extremo! (Por favor, não estou sendo preconceituosa, não me entendam mal) Mas não posso dizer que costumo gostar do que vejo e acho que tenho o direito a dar minha opinião, uma vez que ela não está sendo agressiva... Então, pra finalizar, vou usar uma frase que vi rodando pelo orkut, pelo twitter, mas não me lembro de quem foi, perdão...

"Deus, vamos fazer uma troca? Eu te dou o Restart e o Senhor me devolve os Mamonas Assassinas?"


(Vocês fazem muita falta!)
Vão ficar em mim para sempre e sempre! sz

Um comentário:

  1. Muito bom! Eu lembro vagamente da morte deles, mas como a música continuou por um bom tempo, conheço quase todas. Era sim, muito divertido. Foi uma das grandes perdas da nossa música. Um estilo que ninguem mais adotou, desde então.

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